sábado, 3 de dezembro de 2011

Vigília pelas almas dos animais

Animais têm alma? Há muito tempo índios e negros eram considerados seres sem alma - forma de justificar a crueldade com que eram tratados. Atualmente, surge uma consciência da população que considera animais de estimação como possuidores de alma. O que faz com que estes animais tenham o privilégio que os não domesticados não têm?

A partir destes questionamentos, o grupo ativista pelos direitos animais Pro-Animal realizou na noite desta sexta-feira (02) uma vigília pelas almas animais exploradas e mortas diariamente, fazendo uma alusão a uma das épocas mais contraditórias do ano pela qual estamos passando, o Natal, quando celebramos o surgimento da vida com morte em nossos pratos. O termo alma é entendido pelos ativistas, também, como energia vital, força, espírito, vida, etc., sem fugir do racionalismo ético animalista na qual a luta pelos direitos animais está fundamentada.





Com direito a fogueira e chimarrão, a atividade ocorreu entre um matadouro e um cemitério em São Leopoldo. Durante a atividade, caminhões transitavam levando os animais para a morte (abate) e outros deixavam o matadouro já com as carcaças em câmaras frigoríficas.

Em torno da fogueira, o grupo citou pensadores e defensores da causa como Tolstoy, Pitágoras, Einstein, Ghandi, Paul McCartney, entre outros. Foi feita, ainda, a apresentação das principais causas de exploração e morte de animais, a discussão e queima simbólica dos termos que as compõe. Testes em animais, rodeios, indústria de pele e couro, indústria leiteira, pecuária, uso de jaulas e gaiolas, foram algumas das palavras queimadas.



“Queremos com essa ação chamar a atenção das pessoas de que as ações práticas decorrentes da fé, seja qual ela for, e da espiritualidade, também devem ser extendidas aos demais seres que co-habitam conosco este mundo. Os animais não humanos também querem viver em paz e não sofrer da forma que vem sofrendo pelas mãos humanas!”, destacou Márcio Linck.

Toda a ação foi filmada e em breve estará disponível no blog da Pro-animal.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ativistas do Pro-Animal são entrevistados por alunos de Rádio da Unisinos

Programa irá ao ar no dia 03 de dezembro

Na noite desta quinta-feira, 3 de novembro, os integrantes Juliano Zabka e Fernanda Miron estiveram na Rádio Unisinos para uma entrevista sobre o vegetarianismo. A iniciativa foi dos alunos de Radiojornalismo II, que se interessaram pelo assunto devido ao crescimento da sua popularidade nos últimos anos.
Durante a entrevista, Fernanda e Juliano falaram sobre o que é ser vegetariano e as especificidades do veganismo, que vai muito além da dieta. Os entrevistados falaram também sobre o Projeto Pro-Animal e outras questões sobre alimentação, vestimenta, e ações que fazem parte de sua filosofia de vida.
Ao final do programa, que irá ao ar o dia 03 de dezembro às 12h30 na Rádio Unisinos (103.3FM), a professora Patrícia Weber, ainda ofereceu a rádio para divulgação de eventos e ações do grupo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Direitos animais

Sim, eles têm direitos, assim como nós, e até uma declaração expedida pela UNESCO.  Ativistas pelo mundo todo lutam para garantir esses direitos aos seres não humanos.

            A existência da luta pelos direitos dos animais, assim como pelos direitos humanos não é novidade. Mas cada vez mais a causa vem ganhando adeptos e gerando resultados. O último deles foi a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que coloca em foco a causa animal e os movimentos que a defendem.
No último dia 14, a Anvisa e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmaram acordo para a criação de um centro de desenvolvimento de métodos alternativos para validação de pesquisas sem o uso de testes em animais. O futuro Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam) será o primeiro na America Latina a utilizar estes métodos.
A novidade, embora seja um grande avanço e livre muitos bichinhos de torturas muitas vezes desnecessárias, ainda está longe do ideal. Um termo utilizado pelos filósofos e autores da principal bibliografia dos direitos animais explica o porquê disto. Trata-se do especismo.

Mas o que é especismo e o que tem a ver com a direitos animais?
O tremo inicialmente postulado por Richard D. Ryder (filósofo e psicólogo clínico do Hospital Warneford, em Oxford), em 1970 em seu livro “Vítimas da Ciência”, publicado em 1975, designa a discriminação generalizada, praticada pelo homem contra outras espécies, para estabelecer um paralelo com o racismo.  
A discriminação especista pressupõe que os interesses de um indivíduo de outra espécie animal, são menos importantes pelo mero fato dele pertencer a um determinado grupo. O termo foi muito utilizado pelo filósofo Peter Singer, autor de Libertação Animal, livro referência no assunto no mundo todo.
Para o Grupo Anti Especismo de Porto Alegre (GAE POA), que luta pelo fim de todas as práticas exploratórias realizadas pela espécie humana contra as demais, sustentar a posição de direitos para humanos e negá-las a não-humanos é uma atitude especista.
E nesse preconceito da espécie humana para com as demais, há também um especismo seletivo, que elege os seres que nos servirão de companhia, de entretenimento, de vestuário ou de alimento. É uma classificação que determina que direitos terá - ou não - cada um. “Separar em categorias faz parte da covardia humana e o derradeiro alvo - oficial - são os animais não-humanos”, afirma Marcio de Almeida Bueno, jornalista e membro fundador da Vanguarda Abolicionista (VAL), que também luta contra a exploração dos bichos em Porto Alegre.
Segundo o movimento, é devido a este preconceito, tão comum e muitas vezes imperceptível na sociedade, que é tão difícil garantir a igualdade de direitos. E essa dificuldade fica clara quando pensamos nos tratamentos que a lei impõe a espécies distintas. “Confine ou esquarteje um panda e será visto como um monstro. Faça o mesmo com um porco e alguma autoridade irá apertar sua mão na Expointer”, apontou Márcio.

Mas afinal, por que defender animais?
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada pela UNESCO em 1978, em Paris, todos têm o mesmo direito à vida e à proteção do homem; nenhum animal deve ser maltratado nem usado em experiências que lhe causem dor. E estudos comprovam que, além da dor, os animais são capazes de sentir medo. Além disso, todos os vertebrados são sencientes, ou seja, têm consciência da própria existência.
Pela filosofia utilitarista, que busca pensar as atitudes levando em conta o bem-estar do conjunto dos seres sencientes, é compromisso moral agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar. Desta forma filósofos como Peter Singer partira em busca do cumprimento desse compromisso.
Para Maria de Nazareth Hassen, que foi uma das fundadoras do GAE, os animais não podem ser considerados meros objetos ou propriedade vítimas de exploração. “Além do mais, eles não têm como se defender. Nós somos sua voz. Sem o nosso trabalho de denunciar os crimes dos quais são vítimas, os animais seguirão na escravidão indefinidamente”, afirma.

Uma questão de educação
Como conseguir levar adiante a defesa dos bichos?
Igual a todo pensamento coletivo, trata-se de uma questão cultural. Para modificá-la é preciso atuar na educação. É o que pensam Márcio e Nazareth. “A educação é lenta, mas duradoura, por isso também atuamos neste setor”, diz o ativista da VAL.
Nazareth ressalta, entretanto, que o trabalho deve ser contínuo para gerar resultados. “Palestras têm efeitos curtíssimos. Para efeito em escala, acho essencial a formação de professores. Outras formas de ativismo podem atrair uma ou outra pessoa, até mesmo um grupo volumoso de pessoas, mas que não chegam a impactar a economia baseada na exploração animal”, aponta.
A fundadora do Projeto Pró-Animal, de São Leopoldo, Ursula Marianne Strauch concorda. “Para chegarmos lá é necessário educar as crianças. É preciso trabalhar com os professores!”, declara.
Outras formas imediatas de proteger os animais, segundo os ativistas é se tornando vegetariano, afinal, como afirma Peter Singer em Libertação Animal, a maioria dos animais maltratados pelos seres humanos são animais de criação, ou seja, aqueles destinados à alimentação.
A defesa dos animais deve, aliás, começar por aí, afirma Ursula. “Somente se eu vivo isso a defesa dos animais no meu dia a dia posso exigir dos outros que algo seja feito. Se eu como porcos, galinhas e aceito seu sofrimento, não sou confiável para defender cavalos, cães, camelos, cangurus. Pior do que isso, sou ridículo”, diz.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Torta salgada de PVT

O título é pouco criativo, mas como fui eu quem inventou, não sei como chamar... Além do mais, é de fato uma torta salgada recheada com molho de PVT. Modéstia à parte ficou uma delícia! Então vamos à receita!


Ingredientes molho:

1 cebola média

2 dentes de alho

3 tomates médios cortados em cubos

1 pimentão pequeno (usei o verde, mas qualquer um fica bom)

½ xícara de PVT (proteína de soja) hidratada

1 colher rasa de sal

Temperos à vontade (usei manjerona, pimenta e gengibre)

Ingredientes massa:

1 xícara de farinha de centeio

1 e ¾ de xícara de farinha de trigo

1 colher rasa de sal

½ colher de sobremesa de açúcar

¼ xícara de óleo

1 e ½ xícara de água (ou mais, até dar o ponto de massa de bolinho de chuva, pois é uma massa meio mole, mas não demais)



Modo de fazer:

Molho

Pique o alho e a cebola em cubinhos pequenos e frite em um fio de óleo por uns três minutos, sempre mexendo. Acrescente o pimentão e o tomate. Mexa por mais uns dois minutos. Coloque o sal, os temperos e a PVT e cozinhe por mais uns minutinhos.

Massa

Misture todos os ingredientes secos e depois acrescente o óleo e a água até obter o ponto desejado.

Montagem

Coloque uma parte da massa em um prato que possa ser levado ao forno e jogue o molho por cima. Guarde um pouquinho para “pincelar” por cima da outra camada de massa que vem em seguida. Depois é só assar por cerca de 30 minutos. Voalá! Está pronto! :)


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Opções éticas e saborosas

Boa noite a todos e a todas, seguidores e leitores esporádicos e até mesmo a você que a página por engano. Embora não seja exatamente esta a proposta do blog, decidi postar receitas e demais opções culinárias saborosas e não-cruéis para os amigos vegetarianos como eu e também para os onívoros que não creem que a comida vegetariano pode ser sim saborosa e apetitosa. Por isso preparem-se que vêm gostosuras por aí... Mas continuarei com meu textos habituais e, infelizmente, também esporádicos.
Amplexos e até o próximo post.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Quem é e onde está Deus?

Quem nunca se fez esta pergunta? Por mais religiosos e crentes que sejamos, sempre há momento em que nos deparamos com a incerteza. Afinal, quem é Deus? Por onde Ele anda e por que não vem até mim?

Nos últimos dias comecei a ler o livro A cabana, de William P. Young, e essas perguntas, que me são muito frequentes, vieram em um turbilhão. Para alguns parece tão fácil crer e confiar; para outros é mais fácil desacreditar em tudo. E aqueles que não escolheram nem acreditar nem desacreditar? E aqueles que, como eu, precisam de respostas? Acho que nós, os inconformados, talvez estejamos mais próximos da resposta, pois não aceitamos qualquer coisa. Mas como chegar a resposta certa?

Sinceramente, não sei. Tudo o que sei é que tenho fortes razões para supor que existe algo maior acima ou abaixo de nós, senão os dois. E não se trata de religião. Duvido muito que as respostas que procuramos esteja na igreja ou no mosteiro, no templo ou em qualquer outro lugar que propague uma religião. Se existe um Deus, Ele é maior e melhor do que isso.

Não estou dizendo que ter uma religião é errado, até porque, quem sou eu para dizer o que é certo ou errado? O que quero dizer é que não creio que exista apenas uma resposta, logo, não há a penas um caminho, uma religião. Se Deus existe, e eu acredito que sim, Ele não é o que nos dizem na igreja ou mesmo na Bíblia. Pelo menos não exatamente nem somente isso.

Qual é, o assunto aqui é Deus, não equações matemáticas. Quem pode dizer que o conhece? Se alguém disser que sim, eu direi que esta pessoa não sabe muito. Como diria Sócrates, "só sei que nada sei" e a consciência de minha ignorância é o princípio de minha sabedoria.

Não conheço Deus profundamente, mas se sei alguma coisa a seu respeito é que ele não é simples ou exato. Se Ele fez a todos nós, seres completamente complexos e inexatos, como poderia Ele ser simples? Se nem mesmo uma mãe conhece seu filho completamente, como poderíamos nós conhecermos a Deus? Ainda mais com todas as contradições a seu respeito que nos são passadas por padres, professores de catequese, tios, pais, irmãos.

Quando somos crianças nos dizem que Ele é bom, misericordioso e amoroso. Mas também nos falam de um tal de temor a Deus que devemos ter, falam dos castigos, das pragas, de sua tirania. Que paradoxal esse nosso Deus. Como compreendê-lo desse jeito? Como amá-lo? Não existe amor motivado pelo medo. Não amamos nosso pais porque os tememos, mas sim porque podemos confiar neles e no seu amor por nós. Com Deus não deveria ser da mesma forma?

Se um dia eu tiver um filho ou um afilhado a quem eu possa dizer alguma coisa a respeito de Deus, tudo o que direi é que Deus está em nós mesmos e em tudo o que há de bom a nossa volta. Não há resposta correta e cada um deve procurar em si mesmo o Deus que lhe faz bem e que aplaca sua necessidade de acreditar em algo ou alguém maior. E a única convicção na qual me apoio é de que meu Deus é bom e não precisa de sacrifícios nem fanatismos. Ele é bem maior que isso.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Conheça os benefícios da coleta seletiva

Por WWF Brasil


Papel
  •  A cada 28 toneladas de papel reciclado evita-se o corte de 1 hectare de floresta (1 tonelada evita o corte de 30 ou mais árvores);
     
  • A produção de uma tonelada de papel novo consome de 50 a 60 eucaliptos, 100 mil litros de água e 5 mil KW/h de energia. Já uma tonelada de papel reciclado consome 1.200 Kg de papel velho, 2 millitros de água e 1.000 a 2.500 KW/h de energia;
  • A produção de papel reciclado dispensa processos químicos e evita a poluição ambiental: reduz em 74% os poluentes liberados no ar e em 35% os despejados na água, além de poupar árvores;
     
  • A reciclagem de uma tonelada de jornais evita a emissão de 2,5 toneladas de dióxido de carbono naatmosfera;
     
  • O papel jornal produzido a partir das aparas requer 25% a 60% menos energia elétrica do que a necessária para obter papel da polpa da madeira.
     
Metais
  • A reciclagem de 1 tonelada de aço economiza 1.140 Kg de minério de ferro, 155 Kg de carvão e 18 Kg de cal;
     
  • Na reciclagem de 1 tonelada de alumínio economiza-se 95% de energia (são 17.600 kwh para fabricar alumínio a partir de matéria-prima virgem, contra 750 kwh a partir de alumínio reciclado) e 5 toneladas de bauxita, além de evitar a poluição causada pelo processo convencional, reduzindo 85% da poluição do ar e 76% do consumo de água;
     
  • Uma tonelada de latinhas de alumínio, quando recicladas, economiza 200 metros cúbicos de aterros sanitários;
     
  • Vale lembrar que que 96% das latas no Brasil são recicladas, superando os índices de países como o Japão, Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e Portugal. Entretanto, este número pode chegar próximo a 100% dependendo de suas atitudes!
Vidro
  •  O vidro é 100% reciclável, portanto não é lixo: 1 kg de vidro reciclado produz 1 kg de vidro novo;
  • As propriedades do vidro se mantêm mesmo depois de sucessivos processos de reciclagem, ao contráriodo papel, que vai perdendo qualidade ao longo de algumas reciclagens;
     
  •  O vidro não se degrada facilmente, então não deve ser despejado no solo;
  • O vidro, em seu processo de reciclagem, requer menos temperatura para ser fundido, economizando aproximadamente 70% de energia e permitindo maior durabilidade dos fornos;
     
  • Uma tonelada de vidro reciclado evita a extração de 1,3 tonelada de areia, economiza 22% no consumo de barrilha (material importado) e 50% no consumo de água.

     
Plásticos
  • Todos os plásticos são derivados do petróleo, um recurso natural não renovável e altamente poluente;
  • A reciclagem do plástico economiza até 90% de energia e gera mão-de-obra pela implantação de pequenas e médias indústrias;
     
  • 100 toneladas de plástico reciclado evitam a extração de 1 tonelada de petróleo.
Que marcas você quer deixar no planeta? Calcule sua Pegada Ecológica.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tempo que perdemos no sistema público educacional

Durante o ensino médio perdemos muito tempo. Não sei se por excesso de hormônios ou por que outra razão, mas de fato, na adolescência somos muito desinteressados. Claro que há algumas exceções, mas mesmo essas são poucas. Quando tivemos todo o tempo do mundo, o jogamos na lada do lixo. Como é ocioso o tempo de um estudante de 15 anos. Quem não se lembra dessa época de sua vida? Pode até ser verdade que isso é natural da juventude, mas alguém deveria fazer alguma coisa.

Talvez coubesse aos nossos pais nos tirar da ociosidade para algo mais produtivo, mas ocupados que era, creio que cabia também e principalmente a escola nos dar meios mais produtivos de usar nosso tempo.

Tanto na minha época, há três anos, como hoje (acredito que não tenha mudado) as escolas públicas não oferecem atividades de qualidade aos seus alunos. Como é raro um grupo de teatro sério nas escolas, um grupo de dança, um clube de xadrez, de matemática, um jornal, qualquer coisa que acrescente conhecimento, arte e cultura à juventude deste país.

Agora alguém vem e me diz que não é verdade, que existem grupos especializados nas escolas. Ok. Digamos que sim, existam grupos de teatro, dança, meio ambiente, um zilhão de atividades extracurriculares supostamente educativas. Eu pergunto: elas funcionam? Perdoem-me as raras exceções, mas eu digo que não. Esses grupos não têm apoio da diretoria da escola muitas vezes, outras não têm apoio do estado para uso de recursos e o pior de tudo na minha modesta opinião, não têm apoio da própria comunidade escolar. Os alunos e os próprios professores já estão tão acostumados com os vários nãos que esse tipo de projeto recebe que não se interessam mais por eles. A escola não acredita na perseverança desses projetos. Quando algum projeto desse tipo começa, vindo do entusiasmo de algum professor ou de algum estudante disposto a melhorar a realidade, não tem adesão dos alunos, é sucateado como a educação em geral e acaba sumindo, caindo no esquecimento ou sendo um projeto medíocre, que se mantém a duras penas para meia dúzia de teimosos que ainda acreditam no seu ideal.

Volto a dizer: existem exceções, mas são raras.

Então me pergunto por quê. E embora não tenha a resposta, pois nenhuma resposta justificaria o descaso deste país com a educação, tenho alguns palpites. A começar pelos baixos salários dos professores, fato sobre o qual nem preciso falar muito, pois já está mais do que manjado de tanto se falar nele. Depois vem a baixa despensa de recursos para a educação como um todo, desde a infraestrutura até a capacitação de profissionais. Os professores trabalham cada vez mais desmotivados e isso é, no mínimo, triste.
É claro que há medidas para melhorar, basta olhar os jornais, mas ainda estamos longe do ideal. E quem sofre com isso somos todos nós.

Quem nunca se perguntou, depois de entrar na faculdade, quando consegue chegar lá, por que perdeu tanto tempo no ensino médio. Além das oportunidades que poderiam nos ter sido oferecidas pela escola, o pensamento crítico foi outro aspecto negligenciado no tempo da escola.

O ensino público é tão preocupado em ensinar português matemática, física e química que esquece o mais importante: ensinar a pensar. Mas como esperar que uma escola onde faltam professores para mais da metade das disciplinas tidas como prioridade, matérias tidas como secundárias, como filosofia, religião, sociologia e psicologia sejam bem aplicadas? Quantos alunos de escolas estaduais não se lembram da chacota que eram essas aulas? Aulas inclusive, dadas por professores sem formação na área.

Precariamente aprendemos o essencial para passar em vestibular e ENEM, tendo que recorrer muitas vezes, quando os pais conseguiam, a cursinhos pré-vestibulares. Não recebemos uma formação digna. Não aprendemos a pensar. Muito mal aprendemos fórmulas matemáticas e regras gramaticais. Ninguém nos explicou o porquê das coisas. Não nos exigiram pensamento crítico. Os professores estavam (e continuam) tão desestimulados que não foram além do mecânico, do básico.

Enquanto alunos tínhamos tanto tempo livre para pensar, ler, estudar e ninguém foi capaz de nos indicar o melhor a fazer com esse tempo livre. Não tivemos o apoio intelectual dos professores. Por que não nos apresentaram a Sofia de Jostein

Gaarder, a Kant, a Aristóteles ou Platão. Muitos desses passaram batidos e desinteressadamente por nós. Onde estava o “mestre” para nos guiar ao caminho do conhecimento? Provavelmente lutando contra os baixos salários de sua classe.

Verdade é que os adolescentes não se interessam pela leitura. Mas verdade também é que a maioria dos professores não se interessa pela juventude. Ainda que um único aluno se interessasse, seria dever do professor oferecer as ferramentas. Eu poderia aqui criticar a juventude, mas infelizmente é preciso criticar o desinteresse da escola pública como um todo.

Hoje percebo a falta que esse conhecimento teve na minha formação e tento correr atrás do prejuízo, mas não tenho o tempo livre que tinha há alguns anos. Espero que meus filhos, se um dia os tiver, tenham acesso a um ensino público de qualidade. Sei que o Brasil luta por isso, mas ainda há muito que melhorar. O caminho a ser percorrido até a educação ideal é longo e passará por muitos obstáculos ainda. Vamos torcer para que professores, secretários e ministros de educação tenha fôlego e interesse para seguir em frente.

sábado, 22 de janeiro de 2011

A melhor pode ser você

Ela passa e causa inveja em todas as outras. Ela tem cabelo sedoso, as unhas perfeitas. Tem um metro e setenta, pernas longas e finas e se veste como uma estrela. Ela é tudo o que você queria ser. E você se pergunta: por que ela é assim e eu não?

Ela tem dentes perfeitos e um sorriso radiante. Seu caminhar chama a atenção... Todos babam por ela. Ela é, sem dúvida, tudo o que você queria ser. Ela é o que todas gostaríamos de ser. Ela está no topo e você só queria  não estar lá em baixo. Mas você não percebe que isso lhe faz mal, que enquanto você sonha ser ela, alguém pode sonhar ser você.

Não há outro brilho como o do seu olhar. Não há humor como o seu. Não há ninguém no mundo como você.  Enquanto você deseja as longas pernas dela, alguém acha um charme você ser baixinha. Enquanto você sonha com os cabelos lisos haverá alguém que ama seus cachos. Enquanto você se desespera por não ter um manequim 34, haverá alguém com manequim 42 muito mais feliz do que você com seu 38.

Ela é linda. Você é bonitinha. Mas ela tem seu cérebro? Ela conquista com seu físico. Mas ela tem seu humor? Ela tem seus dotes culinários? Ela tem o seu coração?

Ninguém é melhor do que você! Cada milímetro das partes que te compõem é único e especial. Sempre haverá alguém que prefira você a qualquer outra pessoa no mundo! Sem contar seu pai e sua mãe... =)
Não perca seu tempo criticando aquilo que você  não tem ou cuidando o que os outros têm. Preste atenção em você. A melhor pessoa no momento pode ser você e talvez não tenha se dado conta disso.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ditadura camuflada

O que é um ideal? O que é um modelo? O que é certo e o que é errado? Tantas definições que não nos ajudariam a resolver nossos problemas com o espelho. Chega o verão e essas perguntas nos vêem à mente diante de tanto desespero para se encaixar dentro de um padrão, de um modelo ideal. Mas o que é ideal mesmo? É ideal usar manequim 34? Por que eu deveria ter as pernas longas mesmo? Porque a Gisele é mais bonita que a Preta Gil? Quem ditou as regras? Onde estávamos quando elas foram escritas? São tantas perguntas sem resposta... É difícil entender essa pressão que sofremos.

Comecemos pelas bonecas. Alguém já ganhou uma boneca gorda que não fosse um bebê? Existe alguma boneca minimamente fora do padrão? Eu nunca vi. Nos desenhos animados, quem são as mocinhas, as heroínas, as protagonistas? Sempre as mais lindas de acordo com o padrão. Não há nenhuma princesa da Franquia Princesas da Disney fora do ideal de beleza. E os filmes? Há alguma atriz “fora de forma” interpretando as mocinhas pelo mundo afora? Não! E por quê? Simplesmente porque quando o autor pensa a personagem, já o pensa de acordo com um padrão que foi imposto antes mesmo que ele nascesse. E os diretores de cinema perpetuam essa “regra”.

Depois vem a mídia e o mundo capitalista materialista que supervalorizam  esses falsos arquétipos da perfeição. São revistas de moda, saúde e beleza e até mesmo de notícias, sempre exaltando as vantagens de ter determinadas medidas, de se parecer com determinada atriz, seguir as dicas de beleza de certa estrela do cinema ou das passarelas. É difícil se encaixar quando o espaço e tão pequeno.

O que seria do belo sem o feio? Apenas mais uma gota de chuva na tempestade, talvez. Por que deveria existir beleza? Por que deveria existir feiúra? E se o belo fosse feio e o feio fosse belo? Quem iria dizer que está errado? Não precisamos de padrões tão rígidos. Precisamos de liberdade para ser feliz. Liberdade desta atadura a uma  estética que nos distancia de quem somos.

Shrek foi o melhor conto de fadas já criado, pois vai além dos estereótipos, mostra a verdadeira beleza, que transcende aquela que precisa da feiúra para aparecer, pois vem de dentro. Espero que o mundo aprenda alguma coisa com esse tipo de diferente e que as futuras gerações sejam poupadas, ainda que apenas um pouquinho dessa pressão generalizada em busca da beleza.